
Enurese Infantil: entenda as causas, tipos e como apoiar seu filho
Descubra tudo sobre enurese infantil, popularmente conhecida como xixi na cama. Veja causas, diferentes tipos de enurese e como apoiar seu filho sem culpa.
Se você está preocupado com a enurese — o famoso “xixi na cama” — saiba que esse quadro é muito mais comum do que parece e faz parte do desenvolvimento de muitas crianças.
Apesar de gerar dúvidas e, às vezes, até um pouco de ansiedade nos pais, a enurese geralmente é transitória e não deve ser motivo de culpa ou vergonha para a família ou para a criança.
Neste texto, vamos explicar o que é a enurese, quais são as causas mais frequentes, as diferenças entre enurese noturna primária e secundária, e quando é indicado procurar orientação médica.
Também vamos compartilhar estratégias acolhedoras para lidar com a situação, ajudando seu pequeno a superar essa fase com confiança e leveza.
Boa leitura!
O que é enurese infantil?
A enurese infantil, conhecida popularmente como “xixi na cama”, é definida como a perda involuntária de urina durante o sono em crianças com mais de cinco anos, idade em que normalmente já se espera o controle do xixi à noite.
Esse quadro é muito comum: estima-se que cerca de 10 a 15% das crianças aos seis anos ainda apresentem episódios de enurese, sendo mais frequente em meninos do que em meninas. É importante lembrar que a enurese não acontece por vontade da criança, nem por falha dos pais.
Na maioria dos casos, ela está relacionada a fatores como sono profundo, produção aumentada de urina durante a noite ou uma bexiga que ainda está amadurecendo. Além disso, pode haver influência genética — se algum dos pais teve enurese na infância, a chance do filho apresentar o quadro é maior.
A enurese noturna pode ser dividida em dois tipos principais: primária e secundária.
Diferenças entre enurese noturna primária e secundária
A enurese primária acontece quando a criança nunca conseguiu controlar a urina durante a noite, ou seja, ela ainda não estabeleceu o controle noturno completo. Esse tipo é o mais comum e geralmente está relacionado a fatores biológicos e genéticos, como a maturação da bexiga e histórico familiar.
Já a enurese secundária surge quando a criança já tinha o controle da urina por pelo menos seis meses, mas volta a apresentar episódios de xixi na cama. Esse tipo costuma estar associado a situações de estresse emocional ou mudanças na rotina, como separação dos pais, problemas na escola ou eventos traumáticos. Por isso, a enurese secundária pede uma atenção especial para o aspecto psicológico da criança.
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O que pode provocar enurese noturna?

A enurese noturna, ou “xixi na cama”, pode ser provocada por uma combinação de fatores biológicos, genéticos e emocionais.
Entre as causas mais comuns estão a maturação tardia do sistema nervoso, que ainda não controla completamente os músculos da bexiga durante o sono, e a produção insuficiente do hormônio antidiurético (ADH) à noite, responsável por reduzir a quantidade de urina produzida enquanto dormimos.
Além disso, algumas crianças têm uma bexiga que se contrai antes de estar cheia ou com capacidade funcional reduzida, o que dificulta segurar a urina por toda a noite. O sono muito profundo também pode impedir que a criança acorde ao sentir a bexiga cheia.
A hereditariedade é outro fator importante: se um dos pais teve enurese na infância, a chance da criança apresentar o problema é maior, podendo chegar a 70% se ambos os pais foram afetados.
Em alguns casos, a enurese está ligada a situações de estresse emocional, como mudanças na rotina, separação dos pais ou eventos traumáticos, caracterizando a enurese secundária, que pede atenção especial ao lado psicológico da criança. Também é importante descartar causas orgânicas menos comuns, como infecções urinárias, diabetes, constipação intestinal ou problemas no trato urinário.
Como a enurese infantil pode ser tratada?
Tratar a enurese infantil envolve principalmente acolhimento, paciência e estratégias que respeitem o tempo da criança. O primeiro passo é promover mudanças simples no dia a dia, como criar uma rotina regular de idas ao banheiro, incentivar que a criança urine antes de dormir e controlar a ingestão de líquidos à noite. Essas atitudes ajudam a reduzir os episódios de “xixi na cama” sem gerar pressão ou culpa.
Além disso, o reforço positivo é fundamental: elogiar os progressos, mesmo que pequenos, fortalece a autoestima da criança e motiva a continuidade do tratamento. Para muitos casos, o uso de alarmes de enurese — dispositivos que despertam a criança ao primeiro sinal de umidade — pode ser uma ferramenta eficaz para desenvolver o reflexo de acordar e ir ao banheiro durante a noite.
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Quando é indicado procurar orientação médica para a enurese?
Saber quando procurar orientação médica para a enurese é fundamental para garantir o cuidado adequado e a tranquilidade da família. Em geral, a enurese é comum em crianças até os cinco anos e costuma melhorar naturalmente com o tempo. No entanto, é importante buscar ajuda profissional se os episódios persistirem após essa idade ou se surgirem sinais que possam indicar outras condições.
Procure um médico quando a criança apresentar enurese após os cinco anos de idade, especialmente se os episódios forem frequentes e causarem impacto emocional ou social. Também é indicado buscar orientação se a enurese surgir de forma repentina em uma criança que já tinha o controle noturno (enurese secundária), pois isso pode estar relacionado a fatores físicos ou emocionais que precisam ser investigados.
Outros sinais que merecem atenção médica incluem dor ou ardor ao urinar, presença de sangue na urina, aumento da sede e da vontade de urinar durante o dia, constipação intestinal, ou se a criança apresentar dificuldades para controlar o xixi durante o dia. Nesses casos, o médico poderá avaliar a necessidade de exames e indicar o tratamento mais adequado.
Como lidar com a situação sem gerar culpa ou vergonha na criança?
Lidar com a enurese infantil de forma acolhedora é essencial para que a criança não se sinta culpada ou envergonhada. O primeiro passo é lembrar que o “xixi na cama” não é uma escolha dela, mas sim uma condição comum e temporária. Evitar punições, broncas ou comentários negativos ajuda a preservar a autoestima e o bem-estar emocional da criança.
Converse com seu filho de maneira tranquila e carinhosa, explicando que muitas crianças passam por isso e que, com o tempo, tudo vai melhorar. Incentive o diálogo aberto para que ele se sinta seguro para compartilhar suas emoções e dúvidas. Reforce sempre os progressos, mesmo os pequenos, valorizando cada conquista no caminho para noites secas.
Criar uma rotina de apoio, com horários regulares para ir ao banheiro e o uso de estratégias positivas, como o reforço com elogios e recompensas simbólicas, pode ajudar a criança a se sentir motivada e confiante. Além disso, envolva toda a família nesse processo, mostrando que o cuidado é coletivo e que ninguém está sozinho.
Se perceber que a criança está muito ansiosa ou triste por causa da enurese, buscar o apoio de um profissional, como um psicólogo, pode ser uma ótima forma de oferecer suporte emocional.
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Conclusão
Chegar ao final deste texto sobre enurese infantil é também um convite para que você, pai ou mãe, se sinta mais tranquilo e confiante para apoiar seu filho nessa fase tão comum e passageira.
A enurese, ou “xixi na cama”, apesar de gerar preocupação, é uma condição que afeta muitas crianças e, na maioria dos casos, melhora com o tempo e com as estratégias adequadas.
Entender o que é a enurese, suas causas, as diferenças entre os tipos primária e secundária, e saber quando buscar orientação médica são passos importantes para desmistificar o tema e evitar sentimentos de culpa ou vergonha na criança.
O acolhimento, o reforço positivo e a paciência são os maiores aliados para ajudar seu pequeno a superar essa etapa com segurança e autoestima preservada. Cada criança tem seu ritmo, e o mais importante é oferecer apoio sem pressa ou cobranças, valorizando cada avanço.
As dicas não substituem uma consulta médica. Procure um profissional de saúde especializado para receber orientações individualizadas.