Gestante conversando com médico e acompanhante em hospital

Plano de parto: saiba como elaborar o seu e garantir um nascimento mais consciente e respeitoso

Gravidez
Artigo
Ago 11, 2025
5mins

Dar à luz é menos assustador se você tiver um plano de parto fácil em mente para ajudar a facilitar o dia ao máximo. Consulte o nosso guia de plano de parto abaixo.

Se você está grávida e deseja ter voz ativa sobre como deseja viver o momento do nascimento do seu bebê, o plano de parto pode ser seu grande aliado. Mais do que um documento, ele é uma ferramenta de empoderamento, que permite registrar suas vontades, necessidades e expectativas para o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato.

Neste artigo, vamos explicar tudo sobre o plano de parto: o que é, como fazer, quem tem direito, como funciona no SUS e por que ele é tão importante para que você tenha um parto mais consciente, respeitoso e humanizado. Acompanhe a seguir!

O que é um plano de parto?

O plano de parto é um documento elaborado pela gestante – preferencialmente com o apoio de sua equipe de saúde – que expressa seus desejos, escolhas e limites em relação à forma como deseja ser cuidada durante o trabalho de parto, o parto e o pós-parto.

Ele pode incluir preferências sobre o ambiente do parto (luz, som, posição), presença de acompanhantes, intervenções médicas, uso de anestesia, contato pele a pele com o bebê, amamentação e cuidados com o recém-nascido. É uma forma clara de comunicar o que você espera e valoriza nesse momento único.

Leia mais: Licença-maternidade: saiba como se preparar.
 

Quem tem direito ao plano de parto?

Todas as gestantes, em qualquer rede de saúde – seja pública ou privada – têm direito de elaborar e apresentar um plano de parto. Esse direito está garantido na Resolução da Anvisa RDC nº 36/2008, que trata da humanização da assistência ao parto e nascimento.

Além disso, a Lei do Acompanhante (Lei 11.108/2005) e diretrizes do Ministério da Saúde reforçam a importância do protagonismo da mulher no parto, inclusive incentivando o uso do plano como parte do pré-natal.

Como fazer um plano de parto?

Você pode fazer seu plano de parto a qualquer momento da gestação, mas o ideal é construí-lo durante o pré-natal, conversando com sua obstetra, enfermeira obstétrica ou doula.

  1. Reflita sobre seus desejos: Pense no que te traz conforto, segurança e tranquilidade. Deseja parto normal ou cesárea? Quer analgesia? Gostaria de evitar episiotomia?
  2. Pesquise e se informe: Conhecimento é poder. Entender os procedimentos comuns durante o parto ajuda a tomar decisões conscientes;
  3. Converse com sua equipe: Apresente o plano, tire dúvidas e ajuste expectativas de acordo com a realidade do local onde você dará à luz;
  4. Formalize por escrito: Seja objetiva e respeitosa. Use linguagem clara e afirme seus desejos com base em evidências, sem ser impositiva.
     

Dica: leve o plano impresso para a maternidade (em duas vias), e entregue à equipe médica assim que der entrada.

Durante o trabalho de parto

Neste momento, o plano pode incluir aspectos como:

  • Presença do acompanhante de sua escolha (como o parceiro ou a mãe);
  • Liberdade para se movimentar e escolher posições;
  • Permissão para se alimentar e se hidratar;
  • Ambiente com pouca luz, som baixo ou playlist de sua preferência;
  • Não realização de tricotomia (raspagem dos pelos) e enema (lavagem intestinal);
  • Evitar induções desnecessárias.


Tudo para garantir o máximo de conforto, privacidade e respeito às suas necessidades físicas e emocionais.

No momento do parto

Aqui entram decisões como:

  • Não realizar episiotomia de rotina (o corte no períneo);
  • Evitar manobras agressivas, como a de Kristeller;
  • Escolher a posição mais confortável para dar à luz (deitada, cócoras, lateral);
  • Realizar o clampeamento tardio do cordão umbilical;
  • Garantir contato pele a pele imediato com o bebê, sempre que possível.

São escolhas que favorecem um parto mais humanizado e seguro para você e seu bebê.

Após o parto

No plano, você também pode registrar preferências como:

  • Amamentação ainda na sala de parto, se possível;
  • Evitar separação entre mãe e bebê, a menos que haja necessidade clínica;
  • Não oferecer chupeta ou mamadeira;
  • Manter o recém-nascido junto da mãe (alojamento conjunto);
  • Ter apoio para cuidados iniciais, como o primeiro banho.

Essas atitudes fortalecem o vínculo afetivo e favorecem um início saudável da maternidade.

Até a alta

Você também pode incluir:

  • Desejo de acompanhamento psicológico, se necessário;
  • Autorização para vacinas e testes obrigatórios (como o teste do pezinho);
  • Receber orientações claras sobre os cuidados com o bebê;
  • Participar das decisões clínicas sempre que possível.

O plano continua sendo uma ferramenta de comunicação até o último momento da sua estadia na maternidade.

Como funciona o plano de parto no SUS?

O plano de parto é um direito garantido também nas maternidades públicas. Muitas unidades da rede SUS já trabalham com o modelo de parto humanizado e incentivam as gestantes a elaborarem seus planos ainda no pré-natal.

É importante levar o documento para suas consultas no posto de saúde e conversar com os profissionais sobre como garantir que seus desejos sejam respeitados na unidade onde você pretende ter seu bebê.

Quanto custa para fazer um plano de parto?

Nada. O plano de parto é gratuito. Você mesma pode escrevê-lo, de forma simples, com apoio de sua equipe médica ou doula. Existem modelos online disponibilizados por instituições como o Ministério da Saúde, a OMS e ONGs voltadas à humanização do parto.

O investimento aqui é apenas de tempo e reflexão – e pode fazer toda a diferença na experiência do nascimento.

Como garantir que o plano de parto será respeitado?

Mão de acompanhante segurando a da gestante durante o parto

Apesar de não ser um contrato, o plano de parto tem força legal e ética. Ao apresentá-lo, a equipe de saúde deve considerá-lo com respeito e comprometimento. Mas imprevistos podem acontecer, e o mais importante é o diálogo contínuo com os profissionais.

Se algo precisar ser alterado, a decisão deve ser sempre explicada com clareza e feita com seu consentimento. Estar bem informada, acompanhada e com tudo registrado ajuda a fortalecer sua autonomia.

Conclusão

Elaborar um plano de parto é um gesto de amor, autocuidado e responsabilidade. Ele te ajuda a viver o nascimento do seu filho com mais consciência, segurança e protagonismo. Lembre-se: esse é o seu momento. Você tem o direito de ser ouvida, acolhida e respeitada.

Converse com sua equipe de saúde, prepare-se com carinho e registre tudo que é importante para você. Com informação e apoio, o plano de parto se torna um instrumento poderoso para garantir uma experiência positiva e transformadora.

As dicas não substituem uma consulta médica. Consulte um profissional de saúde para orientações individualizadas.

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