
Espinha bífida: entenda essa condição de forma simples e acessível
A espinha bífida é uma condição congênita que acontece quando a coluna vertebral do bebê não se fecha completamente durante o desenvolvimento no útero.
Isso pode gerar uma abertura na coluna, que varia conforme o tipo da espinha bífida, afetando o sistema nervoso.
Embora a causa exata não seja totalmente conhecida, sabe-se que fatores genéticos, ambientais e a falta de ácido fólico durante a gravidez podem contribuir para o seu surgimento.
Existem principalmente dois tipos de espinha bífida: a oculta, que é mais leve e muitas vezes não causa sintomas, e a cística, que pode ser mais grave e se divide em meningocele e mielomeningocele. Cada uma dessas formas afeta o bebê de maneiras diferentes, por isso é importante conhecer essas especificidades para entender melhor como cuidar da criança.
Neste texto, vamos explicar o que é a espinha bífida, suas causas e os principais tipos, para ajudar pais e cuidadores a compreenderem essa condição, trazendo as informações iniciais para um cuidado mais tranquilo e informado.
Boa leitura!
O que é espinha bífida e o que pode causar?
A espinha bífida é uma condição congênita que afeta o desenvolvimento da coluna vertebral e da medula espinhal do bebê durante a gestação.
Isso acontece quando as vértebras da coluna não se fecham totalmente, deixando uma abertura que pode variar em gravidade. Essa falha no fechamento do tubo neural pode afetar o sistema nervoso, causando diferentes níveis de impacto na saúde da criança.
O surgimento da espinha bífida acontece nas primeiras semanas da gravidez, antes de muitas mães perceberem que estão gestantes, por isso é um tema importante de prevenção e atenção.
Quais são as causas da espinha bífida?
Ainda não se sabe exatamente o que causa a espinha bífida, mas os especialistas apontam para uma combinação de fatores genéticos e ambientais.
Um dos principais fatores associados é a falta de ácido fólico, uma vitamina essencial para o desenvolvimento celular e a formação do tubo neural.
Além disso, condições maternas como diabetes, obesidade, o uso de certos medicamentos, consumo de álcool e drogas, e carência de nutrientes como zinco podem aumentar o risco da má-formação.
Por isso, o cuidado com uma alimentação balanceada e a suplementação recomendada antes e durante a gravidez são cruciais para a prevenção.
Quais são os tipos de espinha bífida?
Existem dois tipos principais de espinha bífida, que variam na forma como a coluna e o sistema nervoso são afetados:
Espinha Bífida Oculta
É o tipo mais leve e comum. A abertura na coluna é pequena e não envolve a medula espinhal nem as suas membranas. Normalmente, quem tem essa condição não apresenta sintomas e pode nem saber que tem, já que a pele por cima da abertura está intacta.
Espinha Bífida Cística
Esse tipo é mais grave e pode causar problemas maiores, pois envolve a formação de uma bolsa que pode conter membranas, líquido, e às vezes até a medula espinhal. A espinha bífida cística se divide em:
Meningocele
Aqui, a bolsa contém apenas as meninges, que são as membranas que envolvem a medula, sem que a medula espinhal fique exposta ou envolvida. Geralmente, esta forma tem menos impacto neurológico.
Mielomeningocele
É a forma mais severa, quando a bolsa traz junto a medula espinhal e as raízes nervosas expostas. Isso pode causar sérios problemas de movimento, sensibilidade e controle dos órgãos, demandando acompanhamento médico e tratamento especializado.
Esse conhecimento ajuda pais e cuidadores a entender melhor essa condição, sempre com um olhar acolhedor para oferecer o cuidado que as crianças merecem.
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Como e quando o diagnóstico da espinha bífida pode ser feito?
O diagnóstico da espinha bífida pode ser realizado ainda durante a gravidez, o que traz muitos benefícios para o planejamento do cuidado com o bebê. Entre as 16 e 18 semanas de gestação, a mamãe pode fazer exames simples e seguros que ajudam a identificar a condição.
Um dos principais métodos é a ultrassonografia, que permite visualizar a coluna do bebê e detectar se há alguma abertura incompatível com o desenvolvimento normal. Outro exame importante é a dosagem da alfafetoproteína no sangue da gestante, uma proteína que pode apresentar níveis elevados quando há defeitos no tubo neural, como na espinha bífida.
Em casos que demandam confirmação ou maior detalhamento, exames como a ressonância magnética fetal podem ser indicados para avaliar melhor a estrutura da coluna e medula espinhal.
Depois do nascimento, o diagnóstico também pode ser feito com um exame físico detalhado, além de exames de imagem como radiografias, tomografias ou ressonância magnética, que ajudam a definir o tipo e a extensão da condição, orientando o tratamento ideal.
Quais são as sequelas da espinha bífida?
A espinha bífida pode deixar algumas sequelas que variam conforme o tipo e a gravidade da condição.
Entre as mais comuns estão dificuldades nos movimentos, como fraqueza ou paralisia das pernas, problemas no controle da bexiga e do intestino, além de alterações na sensibilidade da pele.
Algumas crianças podem apresentar também hidrocefalia, caracterizada pelo acúmulo de líquido no cérebro, dificuldades de aprendizado e problemas respiratórios. Com o acompanhamento médico adequado, muitos desses desafios podem ser gerenciados para garantir qualidade de vida.
Quem tem espinha bífida pode andar?
Depende muito do tipo e da extensão da espinha bífida. Crianças com formas mais leves, como a espinha bífida oculta, geralmente não têm problemas para andar.
Já nos casos mais graves, como a mielomeningocele, a capacidade de andar pode ser comprometida, requerendo fisioterapia e o uso de dispositivos de apoio, como órteses ou cadeiras de rodas.
O importante é que cada criança receba um cuidado especializado e personalizado para desenvolver ao máximo suas habilidades.
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Cuidados e prevenção

Para cuidar bem dos pequenos com espinha bífida, é essencial um acompanhamento médico de perto, com consultas regulares para avaliar funções motoras, sensoriais e urinárias.
Além disso, a fisioterapia e a terapia ocupacional fazem parte do tratamento para estimular o desenvolvimento e evitar complicações.
A prevenção começa antes mesmo da gravidez, com a suplementação diária de ácido fólico para as mulheres em idade fértil, alimentação saudável e o acompanhamento pré-natal rigoroso.
Evitar o consumo de álcool, cigarro e medicamentos não indicados pelo médico também ajuda a diminuir o risco de ocorrência da espinha bífida.
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Conclusão
Entender a espinha bífida de forma simples e acolhedora é um passo importante para os pais e cuidadores que querem oferecer o melhor cuidado para seus pequenos.
Essa condição congênita, que acontece quando a coluna do bebê não se fecha completamente durante o desenvolvimento, pode trazer diferentes desafios de acordo com o tipo e a gravidade.
Saber sobre as causas, tipos e possíveis sequelas ajuda a preparar o ambiente familiar para receber a criança com amor e atenção.
Além disso, cuidar da saúde da mãe antes e durante a gravidez, com atenção especial ao consumo de ácido fólico e hábitos saudáveis, é fundamental para reduzir o risco dessa condição.
E para quem lida com a espinha bífida, o acompanhamento médico regular, a fisioterapia e o suporte multidisciplinar são aliados para garantir uma vida com qualidade e mais autonomia.
As dicas não substituem uma consulta médica. Procure um profissional de saúde para receber orientações individualizadas.