Um bebê com babador sentado à mesa, com a boca aberta, olhando diretamente para a câmera, com a mão de um adulto ao fundo.

Engasgos em bebês: prevenção, sinais de alerta e como agir em emergências

1 a 3 anos
Artigo
Jul 5, 2025
10mins

Saiba como evitar engasgos em bebês durante a alimentação e brincadeiras. Identifique sinais de engasgo, aprenda o que fazer e quando buscar ajuda médica.

Se você é pai, mãe ou cuidador, sabe como os engasgos podem ser assustadores, especialmente quando acontecem com os pequenos durante a alimentação ou na hora da brincadeira.

Engasgo que pode levar à asfixia é um importante problema de saúde pública que preocupa a maioria dos pais. Nesse cenário, crianças menores de 3 anos merecem atenção especial quanto aos alimentos a que são expostas, uma vez que essa é a faixa etária com maior probabilidade de engasgo.

Mas não se preocupe: com algumas dicas simples e atenção redobrada, é possível prevenir esses acidentes e garantir a segurança do seu bebê ou criança. Neste texto, vamos explicar quais alimentos merecem cuidado especial, como identificar os sinais de engasgo e, principalmente, o que fazer em caso de emergência.

Boa leitura!

O que pode causar engasgos nos bebês?

Uma das causas mais comuns é o engasgo com líquidos, como o leite materno, especialmente quando o bebê está aprendendo a mamar ou quando a posição durante a alimentação não é a ideal. Bebês também podem engasgar se forem alimentados deitados ou sem o devido cuidado após a mamada.

Além dos líquidos, alimentos sólidos que são pequenos, redondos ou escorregadios, como uvas, milho, feijão, pedaços de frutas como manga e banana, pipoca, amendoim e balas, merecem atenção especial, pois podem facilmente obstruir as vias aéreas das crianças.

Outro fator importante são os objetos pequenos que os bebês e crianças costumam levar à boca por curiosidade, como brinquedos com peças soltas, moedas, botões e tampas de caneta — esses itens representam um risco significativo de engasgo.

Além disso, alguns aspectos relacionados ao bebê, como imaturidade na coordenação da sucção e deglutição, refluxo gastroesofágico e até malformações na cavidade oral, podem aumentar a chance de engasgos durante a alimentação.

Por que crianças pequenas estão mais suscetíveis a engasgos?

As crianças são dotadas de reflexos naturais involuntários que as protegem contra a aspiração de alimentos durante a deglutição. Tosse, fechamento da glote e reflexo de vômito são exemplos dessa defesa natural. Até cerca de 18 meses, os primeiros molares, responsáveis pela mastigação e moagem dos alimentos, já nasceram.

Apesar de todo preparo natural, as crianças são mais suscetíveis a engasgos do que os adultos porque há algumas limitações que as tornam mais vulneráveis. A força do ar gerado pela tosse de uma criança é menor do que a força exercida por um adulto, fazendo com que esse reflexo seja menos eficaz para desalojar uma obstrução parcial das vias aéreas.

Outro aspecto diz respeito à maturidade do processo de mastigação e deglutição: embora os dentes já estejam presentes, as habilidades mastigatórias maduras levam mais tempo para estar plenamente desenvolvidas.

Se somarmos esses aspectos ao reduzido diâmetro das vias aéreas superiores dos pequenos, entendemos melhor por que as crianças têm risco aumentado para engasgos e asfixia.

Fatores comportamentais também podem aumentar o risco. Altos níveis de atividade durante o ato de comer como caminhar ou correr, conversar, rir ou comer rapidamente e ainda brincar de jogar uma comida no ar e pegá-la com a boca ou encher muito a boca com alimentos aumentam a possibilidade de obstrução das vias aéreas.

Veja também: Prevenção de acidentes domésticos para crianças de 1 ano ou mais

Quais são os tipos de engasgo que existem?

Quando falamos de engasgos em bebês e crianças, é importante entender que eles podem acontecer de formas diferentes, e cada tipo exige atenção especial. Basicamente, existem dois tipos principais:

Engasgo parcial

Nesse caso, o bebê ou a criança consegue tossir, respirar e até falar, mesmo que com dificuldade. A tosse é um sinal de que as vias aéreas estão parcialmente bloqueadas, mas o corpo ainda está tentando expulsar o que está causando o incômodo. É importante ficar atento, mas o bebê ainda está conseguindo respirar, o que é um bom sinal.

Engasgo total

Aqui a situação é mais grave. A passagem do ar está completamente bloqueada, e o bebê não consegue tossir, chorar ou respirar. Você pode perceber que os lábios ficam arroxeados e a criança pode ficar molinha ou sem reação. Essa é uma emergência e exige ação imediata para desobstruir as vias aéreas.

Como prevenir engasgos durante a alimentação

Uma mãe segura um bebê chorando, com a boca aberta e as mãos levantadas, sugerindo possível desconforto ou um engasgo.

Prevenir engasgos nos bebês e crianças é fundamental para garantir a segurança na hora das refeições, e algumas atitudes simples fazem toda a diferença.

  1. Primeiro, corte os alimentos em pedaços pequenos e adequados à idade, evitando formatos redondos ou cilíndricos que podem facilmente obstruir as vias aéreas.
  2. Também é essencial evitar alimentos que oferecem maior risco, como pipoca, balas, amendoim, nozes e chicletes, principalmente para crianças menores de 4 anos.
  3. Além disso, mantenha o ambiente limpo e livre de pequenos objetos que possam ser levados à boca, como moedas e peças de brinquedo.
  4. Na hora da refeição, incentive a calma: oriente a criança a comer sentada, devagar e com a boca fechada, evitando falar ou rir enquanto mastiga. Isso ajuda a prevenir que o alimento seja aspirado de forma involuntária.
  5. Ensine também a mastigar bem os alimentos, já que os dentes dos pequenos ainda estão se desenvolvendo e a coordenação para engolir aperfeiçoa-se com o tempo.
  6. Por fim, nunca deixe a criança sozinha durante as refeições e ofereça pequenas porções de cada vez, para que ela consiga controlar melhor o que está na boca e evitar o risco de engasgo.

Veja também: Dicas para evitar que seu filho engasgue

Quais alimentos são mais perigosos para as crianças?

Como já citamos, alimentos com formatos ovalados, arredondados ou cilíndricos são os campeões para o risco de asfixia por apresentarem o mesmo diâmetro das vias aéreas superiores de uma criança.

Alimentos duros que exigem maior trituração e moagem também são mais perigosos devido à pouca capacidade de mastigação plena dos pequenos. Alimentos pastosos e pegajosos, com capacidade de “colarem” nas paredes da garganta também podem obstruir as vias aéreas e reduzir a passagem de ar.

Dessa forma, os adultos devem ter muito cuidado ao oferecer alimentos que se encaixam nessas categorias:

  • Salsichas e linguiças;
  • Amendoins, sementes, nozes e outras castanhas;
  • Pipoca, principalmente as mal estouradas;
  • Quantidade grande de pasta de amendoim, cream cheese;
  • Balas e chicletes;
  • Pedaços grandes de carnes e queijos duros;
  • Marshmallows;
  • Salgadinhos (principalmente duros como a batata frita e similares).
  • E, além dos alimentos acima, atenção especial aos abaixo listados:
  • Uvas inteiras, uvas-passas;
  • Casca de frutas e frutas duras cruas (como a maçã e a pera verde);
  • Vegetais duros crus e verduras cruas;
  • Alimentos em forma de cordão (exemplo: broto de feijão, espaguete, verduras cortadas em tiras como repolho ou couve).

Como dentre os perigosos há alimentos nutritivos, basta um cuidado especial na forma de apresentação para que não haja risco de engasgo.

Uvas cortadas na longitudinal (no sentido do comprimento), vegetais duros, como cenouras, cortados em palitos (no formato de batata frita) e picar bem alimentos na forma de cordão são alternativas para que não haja exclusão de alimentos nutritivos, mas sem surpresas durante a refeição.

Prevenção de engasgos durante as brincadeiras

As brincadeiras são momentos preciosos para o desenvolvimento e a diversão dos pequenos, mas também exigem atenção para evitar engasgos. Para garantir a segurança durante esses momentos, é importante ficar de olho nos objetos que estão ao alcance da criança.

  1. Evite brinquedos com peças pequenas, soltas ou que possam ser facilmente colocadas na boca, como botões, moedas, tampinhas e pequenos acessórios.
  2. Além disso, oriente as crianças a não colocarem objetos não comestíveis na boca durante a brincadeira — essa é uma forma simples e eficaz de prevenir acidentes.
  3. Se o bebê ou a criança estiverem brincando com alimentos, prefira aqueles que não apresentam risco de engasgo e sempre supervisione de perto.
  4. Outro cuidado importante é manter o ambiente organizado e seguro, evitando que brinquedos ou objetos pequenos fiquem espalhados pelo chão, onde o bebê pode pegar sem que você perceba.
  5. Estar sempre por perto e atento durante as brincadeiras ajuda a agir rápido caso algo saia do controle.

Sinais de que o bebê está engasgado

Um dos primeiros sinais é quando o bebê começa a tossir de forma insistente — essa tosse é, na verdade, o corpo tentando expulsar o que está bloqueando as vias aéreas.

Além da tosse, você pode perceber que o bebê fica com a respiração difícil, fazendo barulhos estranhos ou ofegantes. Se ele começar a ficar agitado, com a pele ficando vermelha ou até arroxeada ao redor dos lábios, é um alerta importante de que o engasgo pode estar mais sério.

Outro sinal que não pode passar despercebido é quando o bebê para de chorar ou de fazer sons, fica com o rosto pálido ou apresenta dificuldade para respirar. Nesses casos, é fundamental agir rápido e, se necessário, buscar ajuda médica imediatamente.

O que fazer em caso de engasgo: passo a passo

Se o bebê ou a criança começar a engasgar, manter a calma é o primeiro passo para agir com segurança e rapidez. Aqui vai um passo a passo simples e eficaz para você saber exatamente o que fazer:

Observe se o bebê consegue tossir, chorar ou respirar

Se ele estiver tossindo ou fazendo barulhos ao respirar, significa que as vias aéreas estão parcialmente bloqueadas. Nessa situação, incentive o bebê a tossir para tentar expulsar o que está causando o engasgo.

Se o bebê não consegue tossir, falar ou respirar, a obstrução é total

Nesse caso, a ajuda deve ser imediata. Ligue para o SAMU (192) ou peça para alguém ligar enquanto você começa a agir.

Posicione o bebê de barriga para baixo, apoiado no seu antebraço

Segure a cabeça do bebê com a mão, inclinando-a para baixo, para que a gravidade ajude a liberar as vias aéreas.

Dê cinco tapas firmes nas costas, entre as escápulas

Esses tapas devem ser firmes, mas cuidadosos, para não machucar o bebê.

Vire o bebê de barriga para cima, apoiado no seu antebraço ou joelho

Mantenha a cabeça mais baixa que o corpo.

Faça cinco compressões no meio do peito, logo abaixo dos mamilos, usando dois dedos

Cada compressão deve ter a profundidade de cerca de dois a três dedos.

Verifique se o objeto foi expelido e se o bebê voltou a respirar normalmente

Se o bebê continuar engasgado, repita os passos 4 a 6 até que o objeto saia ou até a chegada do socorro.

Se o bebê perder a consciência, inicie a reanimação cardiopulmonar (RCP)

Aplique compressões torácicas com dois dedos no centro do peito e chame ajuda médica imediatamente.

Você pode salvar a vida do seu filho! A Manobra de Heimlich é uma técnica essencial que pode ajudar a desengasgar o seu bebê caso de emergência. Assista ao vídeo completo da pediatra Dra. Vanessa Prevedello.

O que não fazer em caso de engasgos?

Quando o bebê engasga, a primeira reação natural é querer ajudar rápido, mas é muito importante evitar atitudes que podem piorar a situação. Aqui estão alguns cuidados essenciais do que não fazer para garantir a segurança do seu pequeno:

  1. Não tente tirar o objeto com os dedos se ele não estiver visível. Tentar remover algo com a mão pode empurrar o objeto ainda mais para dentro das vias aéreas, dificultando a desobstrução.
  2. Não faça respiração boca a boca sem orientação. Essa prática pode atrapalhar a respiração do bebê e piorar o engasgo.
  3. Não sacuda, jogue para cima ou balance o bebê. Movimentos bruscos podem causar lesões e não ajudam a desobstruir as vias aéreas.
  4. Não vire o bebê de cabeça para baixo de forma brusca. Isso pode assustar e desorientar a criança, dificultando a resposta do corpo.
  5. Não sopre no rosto do bebê. Essa é uma crença popular sem eficácia e pode atrapalhar o socorro.

Quando procurar ajuda médica em casos de engasgos?

Se o bebê estiver tossindo, chorando ou respirando com algum esforço, isso indica que as vias aéreas estão parcialmente bloqueadas, e o corpo ainda está tentando expulsar o que está causando o problema. Nessa situação, o ideal é manter a calma, deixar o bebê tossir e observar de perto.

Porém, se o bebê não consegue tossir, falar ou respirar, apresenta lábios arroxeados, fica mole ou perde a consciência, a situação é grave e exige ação imediata. Nesses casos, ligue para o SAMU pelo número 192 ou para o Corpo de Bombeiros no 193 o mais rápido possível, enquanto inicia as manobras de desobstrução.

Mesmo que o bebê pareça melhorar após o engasgo, é importante levá-lo para avaliação médica, pois pequenas partículas podem ter ficado nas vias aéreas e causar complicações. Também procure ajuda se a tosse persistir ou a respiração continuar difícil.

Prevenção, atenção e ação rápida contra engasgos

Engasgos em bebês e crianças são situações que preocupam qualquer pai, mãe ou cuidador, mas com informação e atenção é possível evitar muitos acidentes.

Conhecer os alimentos que oferecem maior risco, estar atento aos sinais de engasgo e saber como agir corretamente em emergências são passos essenciais para garantir a segurança dos pequenos.

Lembre-se sempre de oferecer alimentos adequados à idade, cortar os pedaços de forma segura e manter o ambiente livre de objetos pequenos que possam ser levados à boca. Durante a alimentação e as brincadeiras, a supervisão constante é fundamental para prevenir engasgos.

Se, mesmo com todos os cuidados, o engasgo acontecer, manter a calma e seguir as orientações corretas pode salvar vidas. Evite manobras perigosas, como a busca às cegas com os dedos, e saiba reconhecer quando é hora de buscar ajuda médica.

As dicas não substituem uma consulta médica. Procure um profissional de saúde especializado para receber orientações individualizadas.

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