
Sintomas de resfriado em crianças: como identificar e cuidar com carinho
Quando os pequenos ficam resfriados, é normal que os pais fiquem preocupados e queiram ajudar da melhor forma. Saber reconhecer os sintomas de resfriado em crianças faz toda a diferença para cuidar direitinho, aliviar o mal-estar e entender quando é hora de buscar ajuda médica.
Vamos conversar sobre os sinais mais comuns, dicas para cuidar em casa com carinho, a importância da hidratação, alimentação leve e quando é fundamental levar seu filho ao pediatra. Boa leitura!
O que é resfriado em crianças?
O resfriado em crianças é uma infecção comum que atinge as vias aéreas superiores, ou seja, do nariz até a garganta. Ele acontece quando vírus, como o rinovírus, entram no organismo e causam uma inflamação nessas áreas. Essa inflamação provoca sintomas como vermelhidão, inchaço, irritação, coriza, espirros, tosse e congestão nasal.
Como as vias respiratórias das crianças são menores e mais sensíveis que as de adultos, os sintomas podem parecer mais intensos, especialmente a tosse e a dificuldade para respirar direito por causa do muco acumulado.
Como ocorre o resfriado
O resfriado começa quando o vírus entra em contato com o nariz ou a boca da criança, geralmente pelo ar ou por contato com objetos contaminados. Com a infecção, o corpo reage com inflamação para combater o vírus, o que causa os sintomas desconfortáveis.
Diferente de uma doença grave, o resfriado é autolimitado, ou seja, o organismo da criança geralmente consegue se recuperar sozinho em cerca de três a cinco dias com os cuidados adequados, como descanso, hidratação e alimentação leve.
A febre costuma ser baixa, mas pode aparecer em crianças, diferente do que ocorre em adultos.
Diferença entre resfriado e doenças mais graves
É importante saber diferenciar o resfriado de doenças mais sérias, como a gripe. A gripe aparece de repente, tem sintomas mais fortes como febre alta, dor no corpo, fadiga e pode durar até duas semanas. Já o resfriado começa de forma mais gradual, com sintomas mais leves como coriza e espirros, e dura em média uma semana.
Além disso, doenças graves podem envolver quadros com falta de ar, febre persistente, cansaço extremo ou dores intensas, sintomas que indicam a necessidade de buscar o pediatra. O resfriado é mais leve e, geralmente, não traz complicações sérias, mas se os sintomas durarem muito tempo ou piorarem, é fundamental consultar um médico.
Veja também: Gripe ou resfriado: saiba identificar e diferenciar as doenças mais comuns em bebês
Principais sintomas de resfriado em crianças
Quando os pequenos pegam um resfriado, os sintomas costumam aparecer de forma gradual, começando com aquele desconforto no nariz e na garganta. Aqui estão os sinais mais comuns que você vai perceber no seu filho:
Coriza (nariz escorrendo) e espirros
Um dos primeiros sinais é a coriza, que é o nariz escorrendo bastante, e os espirros frequentes. Isso acontece porque o corpo está tentando eliminar o vírus que causou a infecção. A coriza geralmente começa clara e líquida, podendo ficar mais espessa com o tempo.
Tosse leve e irritação na garganta
A tosse costuma ser leve e pode ser acompanhada de uma irritação ou desconforto na garganta. Isso é resultado do acúmulo de muco e da inflamação nas vias respiratórias, comum no resfriado.
Febre baixa e mal-estar
Embora a febre alta seja mais típica da gripe, nos resfriados em crianças pode aparecer uma febre baixa, geralmente até 38°C, acompanhada de um mal-estar geral, como cansaço e irritabilidade.
Olhos lacrimejantes e cansaço
É comum que os olhos fiquem lacrimejando, e a criança pode parecer mais cansada e sem ânimo, já que o corpo está lutando contra a infecção e precisa de descanso para se recuperar.
Cuidados em casa para aliviar os sintomas

Quando a criança está com resfriado, o carinho e os cuidados em casa fazem toda a diferença para o conforto e a recuperação dela. Veja algumas dicas simples e eficientes para ajudar seu pequeno a se sentir melhor:
Manter o ambiente confortável e umidificado
Criar um ambiente agradável é essencial. Mantenha o quarto da criança arejado, com temperatura amena e, se possível, use um umidificador para evitar que o ar fique muito seco. O ar úmido ajuda a aliviar a congestão nasal, facilita a respiração e evita o ressecamento da garganta.
Se não tiver um umidificador, um banho morno com vapor também pode ajudar a umidificar o ambiente e descongestionar o nariz.
Higiene nasal: como fazer corretamente
A limpeza do narizinho é fundamental para aliviar a coriza e facilitar a respiração. Use soro fisiológico para lavar as narinas, aplicando gotinhas ou um spray próprio para crianças, e depois peça para a criança assoar o nariz com suavidade. Para bebês, pode-se usar um aspirador nasal específico para não causar desconforto.
Essa higiene deve ser feita várias vezes ao dia para manter as vias aéreas limpas e ajudar na recuperação.
Uso de medicamentos caseiros e quando evitar
Remédios caseiros, como chás de camomila, hortelã ou limão com mel (para crianças acima de 1 ano), podem ajudar a aliviar a tosse e a irritação na garganta. O mel é um calmante natural para a tosse, mas nunca deve ser dado a bebês menores de um ano. Evite medicamentos caseiros ou industriais sem orientação médica, especialmente descongestionantes e anti-histamínicos para crianças pequenas, pois podem causar efeitos colaterais sérios. Na dúvida, consulte o pediatra antes de oferecer qualquer remédio.
A importância da hidratação
Quando a criança está resfriada, manter uma boa hidratação é fundamental para ajudar na recuperação e aliviar sintomas como febre, dor de garganta, congestão e mal-estar.
A água ajuda a regular a temperatura do corpo, auxilia na eliminação de toxinas, facilita o funcionamento dos rins, mantém as mucosas hidratadas e reduz o desconforto, como garganta seca e o nariz entupido.
Além disso, estar bem hidratado ajuda o organismo a combater o vírus de forma mais eficiente e ainda previne complicações como desidratação, que pode ser agravada pela febre ou pela diminuição do apetite durante o resfriado. A escolha dos líquidos é importante para garantir uma hidratação segura e saudável. As melhores opções são:
- Água filtrada ou mineral: sempre a principal fonte de hidratação.
- Leite materno: para bebês menores de seis meses, o leite materno supre todas as necessidades de líquidos.
- Suco natural de frutas: sempre sem açúcar e diluído, para crianças maiores de seis meses.
- Chás claros: como camomila ou erva-doce, sem açúcar e sempre em temperatura ambiente.
- Água de coco: opção natural, rica em minerais e bem aceita pela maioria das crianças.
- Evite refrigerantes, energéticos, sucos artificiais, bebidas açucaradas, com corantes ou cafeína, pois elas não hidratam adequadamente e podem até prejudicar a saúde da criança.
É preciso oferecer líquidos várias vezes ao longo do dia, mesmo que a criança diga não estar com sede, pois durante o resfriado é comum que ela beba menos do que o necessário. Veja as recomendações:
- 1 a 3 anos: aproximadamente 1,2 litros de líquidos ao dia;
- 4 a 8 anos: até 1,7 litros;
- Maiores de 9 anos: de 2,4 a 3,3 litros, conforme peso e atividades físicas.
Alimentação leve para ajudar na recuperação
Quando a criança está resfriada, uma alimentação leve e nutritiva faz toda a diferença para ajudar o corpo a se recuperar com mais facilidade. Escolher os alimentos certos pode fortalecer o sistema imunológico, aliviar os sintomas e garantir que o pequeno tenha energia para enfrentar o desconforto do resfriado.
- Prefira alimentos fresquinhos e leves, como frutas ricas em vitamina C — laranja, limão, kiwi e abacate são ótimas opções que ajudam a fortalecer a imunidade.
- Sopas de legumes quentinhas, como canja de galinha ou caldo de legumes, ajudam a hidratar e aliviam a congestão nasal.
- Iogurte natural também é recomendado por conter probióticos que equilibram a flora intestinal.
- Especiarias como gengibre, alho e cúrcuma são aliadas no combate à inflamação e fortalecem o organismo.
- Evite alimentos pesados, gordurosos ou muito condimentados, que podem dificultar a digestão e cansar o corpo.
- Doces em excesso, alimentos industrializados e refrigerantes também devem ser evitados, pois não oferecem nutrientes úteis para a recuperação e podem até prejudicar a saúde da criança.
Durante o resfriado, o apetite pode diminuir, e é normal a criança comer menos. Ofereça pequenas porções diversas em intervalos regulares, fazendo as refeições em ambiente calmo e acolhedor, para que ela se sinta confortável.
Use alimentos coloridos e naturais para deixar o prato mais atrativo e ofereça alimentos que a criança goste, sem pressa nem pressão.
Quando é hora de ir ao pediatra
Saber quando é o momento certo de levar a criança ao pediatra faz toda a diferença para garantir que ela receba o cuidado adequado e evitar complicações. Na maioria dos casos, o resfriado é leve e melhora com cuidados em casa, mas alguns sinais pedem atenção médica imediata.
Fique atento se a criança apresentar febre alta que dura mais de três dias, mesmo após o uso de antitérmicos, ou se a febre for persistente por mais de dois a três dias sem melhora.
Outros sinais importantes são a falta de ar ou dificuldade para respirar, cansaço extremo, irritabilidade excessiva, recusa em se alimentar, vômitos frequentes, boca seca e olhos fundos, que indicam possível desidratação.
Crianças que estão prostradas, muito sonolentas, com dores fortes (como no pescoço ou abdômen) ou frequência respiratória elevada também precisam de avaliação médica. Para bebês menores de três meses, qualquer febre deve ser levada ao pediatra sem demora.
Além disso, crianças com doenças crônicas, como asma, diabetes, câncer ou imunodeficiências, devem ser levadas ao médico mais rapidamente caso apresentem febre ou outros sintomas preocupantes.
Conclusão
Cuidar de uma criança com resfriado pode gerar preocupação, mas com informação e carinho, os pais conseguem ajudar seu pequeno a passar por esse momento com mais conforto e segurança.
Reconhecer os sintomas de resfriado em crianças, como coriza, tosse leve, febre baixa e cansaço, é o primeiro passo para oferecer os cuidados certos em casa — mantendo o ambiente agradável, fazendo a higiene nasal corretamente, garantindo boa hidratação e uma alimentação leve.
Lembre-se que, na maioria dos casos, o resfriado melhora sozinho em poucos dias, mas é fundamental observar os sinais de alerta que indicam quando é hora de procurar o pediatra. Ter atenção, paciência e muito amor faz toda a diferença nessa fase, ajudando a criança a se sentir acolhida e protegida.
As dicas não substituem uma consulta médica. Procure um profissional de saúde especializado para receber orientações individualizadas.